Após uma noite de tempestade nas montanhas gregas, um jovem é encontrado ferido e um recém-nascido é achado abandonado em um abrigo de pedras. A criança é acolhida e criada por uma família local, Jon cresce sem conhecer a mãe e o pai. Anos depois, após um trágico incidente, Jon é preso e conhece Iro. Os dois formam uma família e mantém uma imediata conexão, principalmente, através da música, que irá, por sua vez, assombrá-los e sustentá-los. Livremente inspirado no mito de Édipo.
Roteiro: Angela Schanelec
Fotografia: Ivan Markovic
Montagem: Angela Schanelec
Som: Rainer Gerlach
Produção: Kirill Krasovski (faktura film)
Elenco: Aliocha Schneider, Agathe Bonitzer, Marisha Triantafyllidou, Argyris Xafis
Título original: Music
Classificação indicativa: 14 anos
Angela Schanelec nasceu in Aalen, Baden-Württemberg, em 1962 e estudou Dramaturgia em Frankfurt am Main. Entre 1984 e 1991, trabalhou em vários teatros alemães antes de estudar direção na Academia de Cinema e Televisão em Berlim. É escritora e diretora independente desde 1995. Em 2005, fundou a Nachmittagfilm. É também professora conferencista de cinema na Academia de Belas Artes de Hamburgo. Dirigiu os longas “Das Glück meiner Schwester” (1995); “Plätze in Städten” (1998); “Mein langsames Leben” (2001); “Marseille” (2004); “Nachmittag” (2007), “Orly” (2010), “O Caminho dos Sonhos” (2016), e “Eu estava em casa, mas…” que recebeu o Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim (2019).
Music recebeu o Urso de Prata de Melhor Roteiro no Festival de Berlim 2023.
Schanelec fala sobre:
Romper com o mito clássico > Essa ideia surgiu quando eu estava escrevendo. Certamente parti de Sófocles, mas os personagens que ganharam vida enquanto escrevia o roteiro são, como em meus outros filmes, seres humanos, não figuras míticas. O mito de Édipo me interessa menos por sua singularidade do que pelo que a história pode nos dizer hoje. Eu tiro dela o que posso compartilhar com todos, a normalidade, o que está ao alcance de todos. Todo o resto é fruto do inconsciente do personagem. É daí que vem a música de Jon.
Os silêncios > A história se desenvolve através do que não foi dito, que surge porque não há palavras para expressá-las. Tive que encontrar imagens para processos para os quais não há palavras. É como na vida. Fazemos coisas que não nomeamos. É perfeitamente humano. A fala é uma tentativa de quebrar o silêncio, mas é apenas uma tentativa. Nossas vidas estão repletas de falhas mútuas.de compreensão.
As elipses > As elipses não significam que algo não esteja acontecendo. Significa apenas que não podemos ver o que está acontecendo. No teatro ninguém questiona isso. É claro que se poderia argumentar que o filme é o que vejo na tela. Mas estas imagens só existem porque decidimos omitir outras. É um lugar-comum, e se você pensar no processo de edição, fica ainda mais óbvio. Na ficção, muitas vezes tenho a impressão que mostramos algo que é crível. Isso é estranho para mim. Para mim, é na omissão que reside a oportunidade de contar mentiras. Tudo nasce da omissão: os lugares onde posso ir, o tempo que posso deixar passar.
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“Quaisquer que sejam as frustrações, elas são superadas pela incrível capacidade do filme de transcender a si mesmo, de operar em planos acima, abaixo e entre as imagens e paisagens sonoras que o compõem. Essa afirmação, assim como "Music", parecerá insuportavelmente pseudoartística para muitos. No entanto, ela ainda será inadequadamente grandiloquente para os (muito) poucos de nós que terão de resistir ao impulso de se prostrar aos pés - ensanguentados ou banhados - de um trabalho como esse, que insiste no cinema como um mistério a ser admirado, em vez de um enigma a ser resolvido.”. Jessica Kiang, Variety
"A celebração de uma visão que Schanelec aperfeiçoou meticulosamente ao longo das últimas três décadas, como uma sonata tardia de um compositor que encontrou plenamente a sua voz." -Jordan Mintzer, The Hollywood Reporter
"A invenção de Schanelec é tonal, um registro de ironia e seriedade que lhe permite lidar com as emoções mais quentes sem nunca se queimar. Em outros termos, isso também parece mais refinamento do que invenção: ela está sozinha entre seus contemporâneos em sua capacidade de conciliar o apolíneo e o dionisíaco. O entorpecimento e a distância não são virtudes, nem ideais estéticos, são simplesmente o custo de algo como honestidade, tanto consigo mesma quanto com seu público."_Phil Coldiron (Cinemascope)
2019 Eu estava em casa, mas…
2016 O caminho dos sonhos
2010 Orly
2007 Nachmittag (Afternoon)
2004 Marseille
2001 Mein langsames Leben (Passing Summer) |
1998 Plätze in Städten (Places in Cities)
1995 Das Glück meiner kleinen Schwester (My Sister’s Good Fortune) |
1993 Ich bin den Sommer über in Berlin geblieben (I Stayed in Berlin All Summer)
- Urso de Prata de Melhor Roteiro no Festival de Berlim 2023.